Rosa – de Otávio de Souza e Pixinguinha

magal53
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Rosa – de Otávio de Souza e Pixinguinha
 
Rosa – de Otávio de Souza e Pixinguinha (1917)

Uma das mais belas canções da história do choro é a valsa “Rosa” do mestre Alfredo da Rocha Viana Filho, o Pixinguinha. Um primor tanto na versão original, sem letra, quanto na versão mais conhecida com letra de Otávio de Souza. Além da beleza ímpar, a música possui algumas curiosidades.

Segundo o próprio autor, a valsa foi composta em 1917 e o título original era”Evocação”, só recebendo letra muito mais tarde. Como manda a regra e a tradição do chorinho, a música foi composta em três partes. Mais tarde, recebeu letra apenas para primeira e segunda partes e foi gravada e regravada muitas vezes dessa forma. Há alguns anos atrás, a versão original, em três partes e sem letra, foi regravada para o box “Choro Carioca, Música do Brasil” lançado pela gravadora Acari.

“O autor dessa letra é Otávio de Souza, um mecânico do Engenho de Dentro, bairro carioca, muito inteligente e que morreu novo.”

(Pixinguinha)

A letra de “Rosa” é um capítulo à parte. Rebuscada, parnasiana e lindíssima foi composta pelo improvável Otávio de Souza. Otávio de Souza era um mecânico de profissão que morreu jovem e nunca compôs nada parecido com “Rosa”. Um compositor de uma única música, uma obra prima.

Conta a lenda que Otávio de Souza se aproximou de Pixinguinha enquanto o mestre bebia em um bar do subúrbio carioca para falar que havia uma letra que não saía de sua cabeça toda vez que ouvia a valsa. Pixinguinha ouviu e ficou maravilhado.

A gravação feita por Orlando Silva foi a responsável pela popularização de”Rosa”, com erro de concordância e tudo no trecho “sândalos dolente”. Francisco Alves e Carlos Galhardo deixaram de gravar “Rosa” por terem se recusado a gravar “Carinhoso” destinado ao Lado A do mesmo disco. Sobrou, então, a valsa para Orlando Silva, que lhe deu interpretação magistral.

“Rosa” é uma linda valsa de breque, mas de difícil interpretação vocal, especialmente para o uso de legatos, já que as pausas naturais são preenchidas por segmentos que restringem os espaços para o cantor tomar fôlego. Quanto à letra, é também um exemplo do estilo poético rebuscado em moda na época. O desafio de regravar “Rosa” foi tentado por alguns intérpretes, sendo talvez o melhor resultado obtido por Marisa Monte, em 1990, com pequenas alterações melódicas.

Outra curiosidade é que “Rosa” era a canção preferida da mãe de Orlando Silva, Dona Balbina. Após sua morte, em 1968, Orlando Silva  jamais voltou a cantar a canção pois sempre chorava.

Bem, para vocês curtirem, a valsa “Rosa” com Marisa Monte.

https://www.youtube.com/watch?v=W7gOXWeiC7I&t=3s


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