Cleo diz que superexposição tem preço alto: "Vem muita dor com isso"
Cleo em clipe de "Tormento" (Foto: Reprodução/YouTube)
Cleo estreou o clipe de sua nova música, "Tormento", nesta quarta-feira (1). A canção, que fala sobre o poder feminino, ainda conta com as participações de Karol Conká e Azzy. Em entrevista coletiva, a artista falou sobre as dores que carrega e a tentativa de transmitir esse sentimento na música.
"É um privilegio trabalhar com a arte. Faz parte de um processo de cura. Me sinto sortuda, apesar de todo trabalho. Como atriz, tenho que me adequar aos personagens, mas consigo achar coisas dentro de mim que precisam de voz. Como cantora, o processo já é mais visceral. Você sente que está nua", explica.
A união com Karol Conká e Azzy não foi à toa. Cleo quis fortalecer e ser fortalecida com a parceria envolvendo apenas mulheres. Todas elas já passaram por situações difíceis e enfrentaram machismo no meio artístico. No caso de Cleo, o peso dos julgamentos vem desde muito cedo.
"Ser mulher tem suas dores e delícias. É óbvio que cresci numa superexposição e escolhi um caminho no qual a exposição é consequência do sucesso. Mas é preciso dizer que vem muita dor com isso. Por isso me sinto sortuda em poder transformar isso em arte para acessar outras pessoas", afirma.
Sem medo de falar o que pensa, Cleo revela que já se sentiu deslegitimada na música, na TV e em outras áreas da vida apenas por ser mulher. A sensação é que nada do que ela faz está bom.
"Parece que você é sempre inadequada. Parece que você nunca merece o que conquista. É esperado que você seja doce, simpática, sempre bonita, maquiada, de salto. Se for assertiva é uma megera. Se sabe o que quer é grossa. São pequenas formas de tirar o seu poder sobre a sua própria narrativa. Tentam me deslegitimar, por exemplo, por ser filha de famosos, quando engordo ou emagreço", lamenta.
