Baluarte mais antigo da Portela, Monarco morreu neste sábado, 11, ao 88 anos O sambista estava internado no Hospital Federal Cardoso Fontes, onde passou por uma cirurgia no intestino. Integrantes da Portela confirmaram o falecimento ao Globo.
Referência da escola de Madureira ao lado de nomes da nata do samba, como Paulinho da Viola e Clara Nunes, Hildemar Diniz ficou conhecido por um apelido de infância, que ganhou quando ainda vivia em Nova Iguaçu. Filho do marceneiro e poeta José Felipe Diniz, chegou a ajudar a mãe, separada, nas despesas da casa, vendendo mangas na feira da cidade da Baixada Fluminense.
Aos 10, o carioca do bairro de Cavalcanti voltou a morar no Rio, desta vez em Oswaldo Cruz, onde passou a frequentar as rodas de samba. Ali conheceu bambas como Paulo da Portela, fundador da Azul e Branco, de quem se tornou discÃpulo. Na década de 1950, ingressou na Ala de Compositores da escola, levado por Alcides Malandro Histórico, de quem se tornou parceiro. Cavaquinista e percussionista, também foi diretor de harmonia.
Descanse em paz, nosso poeta
Posto abaixo duas belÃssimas composições do mestre.
Tudo Menos Amor
Tudo que quiseres
Te darei ó flor
Menos meu amor
Darei carinho
Se tiveres a necessidade
E peço a deus para lhe dar
Muita felicidade
Infelizmente
Só não posso ter-te
Para mim
Coisas da vida
É mesmo assim
Embora saiba
Que me tens tão grande adoração
Eu sigo a ordem
E essa é dada por meu coração
Neste romance
Existem lances sensacionais
Mas te dar o meu amor, jamais
A gente ama verdadeiramente
Uma vez
Outras são puras fantasias
Digo com nitidez
Mais uma história de linguagens
SensÃveis e reais
O que quiseres
Mas, o meu amor, jamais
Tudo que quiseres
Tudo que quiseres
Te darei ó flor
Menos meu amor
Darei carinho
Se tiveres a necessidade
E peço a deus para lhe dar
Muita felicidade
Infelizmente
Só não posso ter-te
Para mim
Coisas da vida
É mesmo assim
Embora saiba
Que me tens tão grande adoração
Eu sigo a ordem
E essa é dada por meu coração
Neste romance
Existem lances sensacionais
Mas te dar o meu amor, jamais
Mas te dar o meu amor, jamais
Mas te dar o meu amor, jamais
Passado de Glória
Monarco
Portela, eu às vezes meditando, quase acabo até chorando
Que nem posso me lembrar
Teus livros têm tantas páginas belas
Se for falar da Portela, hoje não vou terminar
A Mangueira de Cartola, velhos tempos do apogeu
O Estácio de Ismael, dizendo que o samba era seu
Em Oswaldo Cruz, bem perto de Madureira
Todos só falavam Paulo Benjamin de Oliveira
Paulo e Claudionor quando chegavam
Na roda do samba abafavam
Todos corriam pra ver
Pra ver, se não me falha a memória
No livro da nossa história tem conquistas a valer
Juro que nem posso me lembrar
Se for falar da Portela, hoje não vou terminar