Medida provisória estréia hoje

magal53
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Medida provisória estréia hoje

Dirigido pelo ator e com Taís Araújo, Seu Jorge, Emicida e Alfred Enoch no elenco, o filme mostra uma distopia em que os negros são obrigados a deixar o país. 

Em um Brasil do futuro, mas não muito longe do que vemos hoje, uma medida provisória baixada pelo governo obriga pessoas negras a deixarem o país e irem para África, em uma espécie distorcida de reparação histórica. Entram forças policiais para garantir que nenhum cidadão de "melanina acentuada", como são chamadas as pessoas negras, fique no país. 

Medida provisória estréia hoje
Este é o fio condutor do filme "Medida provisória", dirigido por Lázaro Ramos, e que estreia nesta quinta-feira (14) nos cinemas. Inspirado na peça de teatro "Namíbia, não!", de Aldri Anunciação, o filme apresenta a luta anti-racista dentro de um roteiro que traz tensão, angústia, drama e pinceladas de sarcasmo. 

E o diretor já avisa: tem que assistir até depois dos créditos."Esse filme é uma mistura de gêneros e nos diz que é possível falar dessas questões tão importantes, como é a luta antirracista, a nossa identidade, também pelo humor, seguir para ação, aventura, e depois ir para o drama. Isso me interessou muito porque acessa a sensibilidade do espectador de um lugar diferente", afirma Lázaro. 

O enredo apresenta Antônio (Alfred Enoch), um advogado ativista pelos direitos dos negros, sua mulher, Capitu (Taís Araújo), uma médica em um grande hospital, e André (Seu Jorge), seu primo e jornalista que também está na luta antirracista. 
Medida provisória estréia hoje


Assim que a medida entra em vigor, o trio tenta ao mesmo tempo escapar da polícia e resistir na cidade."A Capitu se adaptou a um ambiente muito branco, elitista, que não era acolhedor", afirma Taís. "Ela escolheu não falar de assuntos incômodos. O racismo é um assunto incômodo para o brasileiro, então, é mais fácil fingir que não existe para chegar em determinados lugares", diz. 

Segundo Taís, é interessante como a personagem ganha força e identidade durante o filme. "Faltava o letramento racial e ela adquire a partir do momento em que vê: ou você leva essa questão a sério e se defende, ou vai morrer, vai perder sua liberdade, vai ser mandada para um lugar que não escolheu", diz. 

"É sobre a liberdade, é sobre a questão de mulheres negras que ascendem socialmente e, muitas vezes, tem que abrir mão da negritude para se sentir pertencente."

As tiradas mais irônicas aparecem com o personagem de Seu Jorge e seu embate com Isabel (Adriana Esteves), funcionária do governo, responsável por colocar a medida para expulsar os brasileiros em prática, e com a vizinha racista Dona Izildinha (Renata Sorrah).


Há também cenas bem parecidas com as quais vimos na história recente do país, o que rende as boas sacadas do roteiro. "Esses alívios cômicos são muito importantes para contar uma história dramática, pesada. Se não tiver, a gente não consegue ver, é difícil de aguentar", conta Taís.


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